segunda-feira, 2 de março de 2015

Temporada 2015

2015 está sendo um ano diferente. Comecei o ano com temperaturas negativas aqui em Nova Iorque. Confesso que saí algumas vezes para alguns treinos fora, mas a maioria dos treinos foram mesmo pedalando na academia da universidade. O mês de março começou ontem e as temperaturas estão começando a sair do negativo e eu começando a sair mais para fora. Grande chance de encaixar os treinos para esta temporada que será a mais importante da minha vida.



A primeira prova grande da temporada e a última prova nos EUA neste ano. Esta é uma prova especial para mim, pois fiz ela no ano passado e gostei muito da minha performance. Foi a corrida de montanha onde consegui render mais entre todas. Pena que tive que parar no km 66 pois minha perna esquerda não mexia mais devido uma injeção que tinha tomado no dia anterior. 
Este ano o objetivo principal é terminar ela e se possível render melhor ainda que ano passado e buscar um pódio na categoria. Fecharia com chave de ouro minha estadia aqui na terra do Tio Sam.


Primeira edição desta grande prova organizada pelo grande Ricardo Beraldi que organiza as provas mais difíceis do Brasil. Já posso ter uma ideia do que serão esses 80km no estado do Rio de Janeiro. O objetivo é fechar bem esta prova, sei que enfrentarei muita dificuldade por estar treinando basicamente em terrenos planos por mais de 1 ano. Porém não deixarei de buscar um bom tempo. Esta prova será muito especial pois poderei reencontrar meus amigos do Brasil, principalmente correr ao lado de alguns atletas da V8. 


A terceira seguida de 80km e com certeza a mais difícil delas. Esta prova tive o prazer de correr a primeira edição em 2013 e me surpreendi com o nível de dificuldade. Gostei muito, mas falei que nunca mais ia voltar a fazê-la. É, em 2015 estarei de volta e com o objetivo principal de bater o tempo de 2013 e aproveitar para fazer um grande treino para a TDS que é o principal objetivo de 2015.


Perto de casa, mas uma das maratonas mais traiçoeiras do mundo. Difícil, muito desnível, barro, terrenos técnicos, ou seja, muita surpresa. Fiz ela em 2013 na sua primeira edição e este ano quero bater o tempo de 2013 e aproveitar pois será a mais técnica antes da toda poderosa TDS.

1 de agosto - Mizuno Uphill - 42km

Estarei na tão famosa maratona na Serra do Rio Rastro em SC. Será um grande desafio fazer essa maratona em asfalto só subindo. Vamos ver como será!

15 de agosto - Indomit Bombinhas 42km

A terceira maratona seguida e a última prova antes da TDS. Participei dela em 2013 e desisti no km 21 por não ter mais energia pra continuar. Quero completar este ano e fazer um ultimo longo bem feito para a TDS.


O principal objetivo de 2015. Esta prova é um dos eventos do UTMB - Ultra Trail du Mont Blanc a rainha das ultra maratonas de montanha. A prova começará na Itália e acaba na França percorrendo os Alpes em volta do Mont Blanc. Os melhores corredores do mundo estarão lá e estarei lá para ver de perto e me divertir naquelas trilhas. Esta prova terá um gosto muito especial pois estarei correndo ao lado do meu grande parceiro português Luis Trindade. Será um prazer correr ao lado desse grande amigo e atleta. Será divertido.


Depois da TDS terão mais algumas outras no Brasil, mas ainda não decidi quais. O importante agora é se preparar para a TDS. 

Bons treinos e vamos juntos nesses desafios!!! 


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Trail Running Conference USA

Este final de semana tive o prazer de estar presente numa das mais importantes conferências sobre trail running no mundo. A Trail Running Conference em Estes Park, Colorado foi realizada nos dias 9, 10 e 11 de outubro com palestras, mesas redondas e workshops sobre os mais diferentes assuntos dentro do trail nos EUA.




Grandes nomes da área estavam presentes no evento, como Nancy Hobbs diretora e fundadora da ATRA (American Trail Running Association), Sage Canaday um grande atleta que está entre os melhores do mundo, Joseph Gray, Zach Miller, Shannon Payne, Nick Clark, Josh Arthur, Darcy Piceu, entre outros.

Mesa redonda - Sage Canaday falando.



O primeiro dia de conferência foi apenas para os organizadores de provas. O segundo e o terceiro dia para os trail runners. Muitos assuntos importantes foram ressaltados como marketing, sustentabilidade, legislação, logística, equipamentos, mídias sociais, comportamento, técnica de corrida, iniciação, inclusão de crianças e jovens, nutrição e mais outros assuntos que foram surgindo com as discussões.

Nancy Hobbs - Fundadora da ATRA


Na sexta, 10, a noite tivemos um festival de filme sobre trail running no cinema da cidade onde podemos prestigiar dois filmes sobre o trail nos EUA.

Sage Canaday - Produtor de um dos filmes do festival.



É a segunda vez que ocorre essa conferência. A organização está muito feliz com o resultado e já anunciou a terceira conferência que ocorrerá em outubro do ano que vem no mesmo local. Eu também me animei muito e pretendo levar algo parecido para o Brasil e muitas outras ideias. Como único brasileiro no evento me sinto no dever de levar tudo o que achei relevante para o Brasil e assim aumentarmos cada vez mais o nosso conhecimento e vontade de fazer essa modalidade crescer e ser algo para mais pessoas.

Stanley Hotel - Local da Conferência

quarta-feira, 5 de março de 2014

A última corrida de 2014 no Brasil!

Sim, já fiz minha última prova no ano aqui no Brasil. Domingo estarei embarcando para New York City, mas isso é história para outro post. 2014 começou ruim para mim na questão dos treinos de corrida, pois estava lesionado. Fui melhorando aos poucos e voltando a correr. No dia 22 de fevereiro completei 23 anos de idade e antes disso decidi que neste dia eu correria 23km. Essa história de correr 1km pra cada ano de vida é tradição na V8 Assessoria Esportiva, local onde sou estagiário, e por isso não poderia deixar de fazer! E bem no dia 22 de fevereiro aconteceu a Corupá Extreme Marathon organizada pela TRC Brasil na cidade de Corupá-SC. A corrida oferecia a distância de 23km e não pude perder essa oportunidade! Me inscrevi na prova! 23km era muito pra mim, mas sei que devagar eu conseguiria.

Na sexta-feira dia 21 de fevereiro eu e minha namorada Mel saímos de Curitiba com direção a Corupá. Chegamos lá as 19h no momento em que a organização apresentava a prova para os atletas. Lá encontrei vários amigos destacando os parceiros da V8 Rodrigo e família, Guilherme e Laís. Depois da apresentação fomos para Jaraguá do Sul onde estávamos hospedados. Com a Mel, Guilherme e Laís fomos a uma pizzaria para nosso jantar pré prova. Comi uma das melhores pizzas que já comi na vida! Depois disso hora de dormir que as 6h da manhã iríamos levantar pro grande desafio!

Guerreiros na largada dos 23km!
A pizza pelo jeito não fez muito bem! A prova largou as 8h30 e estávamos todos juntos contando com o Diego que nos encontrou pela manhã! Agradeço ao Bonatto organizador da prova que me parabenizou publicamente pelo meu aniversário e pela minha oportunidade de estar viajando para fora. Fiquei um pouco envergonhado, mas feliz! A corrida começou. Nos primeiros passos já senti que não estava legal. Corria confortavelmente a 5min por km o que não era bom. Os 6 primeiros kms eram planos e não me senti nada bem. Porém algo me motivava. A cada km eu comemorava como se fosse um aniversário. A cada km se passava um filme na minha cabeça sobre a minha vida. Procurei encaixar os km com os anos de vida. Por exemplo no km 7, eu lembrava de quando tinha 7 anos e assim ia. Bom mais ou menos por ai a prova começou a subir em um caminho com muito barro. Comecei a melhorar e passar vários corredores. Muito barro, mas aquilo me fazia bem. Entramos numas trilhas no meio da floresta bem fechada subindo com auxilio de cordas. Eu estava cada vez mais animado. O filme da minha vida ia passando pela cabeça. Já devia estar na minha adolescência e estava descendo por um caminho muito enlameado parecendo uma criança! Me divertia como um garoto de 12, 13, 14 anos no km 12, 13 ou 14... Eu olhava para os atletas e eles pareciam me achar um louco, todos sofrendo no meio daquele barro e eu me divertindo como uma criança! Ah, bem que podia ir até o final daquele jeito! Mas no km 18 mais ou menos entramos numa estrada de chão e depois asfalto. Como na vida naquela altura a brincadeira ia acabando e era hora de estabilizar a passada e seguir em frente! No final coloquei um ritmo forte e sprintei com um atleta alguns metros antes de chegar. Foi tanta adrenalina naquela disputa que cheguei tão rápido e emocionado que na hora de passar pela linha de chegada saltei como tivesse ganho a corrida! Foi a chegada mais emocionante da minha vida!

Chegando forte e feliz!
Foi emocionante! Cheguei forte, feliz e com vontade de dar mais uma volta no percurso como os amigos que fizeram a maratona! Aquela chegada foi o melhor presente de aniversário que já tive! Ou talvez foi a prova, não sei. Só sei que corri mais com o coração do que com as pernas e esse foi o segredo de conseguir superar o grande desafio. Queria poder sentir isso em tudo! 

Bom, no próximo post falarei da minha viagem para os EUA, como foi e está sendo os preparativos, as dificuldades e todo o processo. Um forte abraço a todos!!!!!

domingo, 29 de dezembro de 2013

2013 - um ano de transição

2013 foi um ano meio estranho. Algumas coisas deram certo, outras não e algumas que não sei. Na verdade foi um ano em que relaxei em quase tudo que fiz, onde comecei, mas parei. Onde fiz, mas fiz não tão bem. Onde prometi para mim mesmo que ia mudar, mas não mudei. Se o ano não foi bom, o culpado fui eu.

Bom vou fazer um resumo do que foi esse ano: Em janeiro conheci pela primeira vez o Rio de Janeiro, lugar maravilhoso onde tive a oportunidade de vivenciar alguns momentos com grandes pessoas da minha área de atuação. Fiz vários cursos no mês, aproveitei as férias da faculdade!

Em fevereiro larguei do que mais me prendia e dava dor de cabeça: meu trabalho! Realmente não dava pra trabalhar em uma assessoria onde eu trabalhava muito, não recebia grande coisa por isso e era difícil implementar qualquer coisa lá dentro porque a visão dos sócios era um pouco fechada. Saí fora.

Em março voltei a trabalhar. Dessa vez numa empresa que me recebeu de braços abertos e me deixou desenvolver meu trabalho em paz. Tenho que agradecer muito por ser recebido tão bem e por conseguir estar desenvolvendo um bom trabalho até os dias de hoje. Nesse mesmo mês recomecei a fazer provas de montanha. Estava destreinado, com 83kg. O normal sempre foi por volta de 73kg. Eu estava gordo, depois de um período de mais de 6 meses parado, desde quando retornei ao Brasil.

Em abril inventei de correr uma meia maratona em montanha. Só me ferrei, mas completei. Fui melhorando meu condicionamento durante o mês. No final do mês fiz mais uma prova de montanha em que consegui ir bem melhor.

Em maio e junho os treinos aumentaram e junto com ele o rendimento. Era o início do ano nas corridas para mim.

Em julho fiz duas grandes corridas, umas de 22km cross country e outra de 42km em montanha. Foi um esforço muito grande com pouco preparo, mas fiz e acreditei que podia fazer muito mais.

Em agosto comecei a fazer a dieta com uma nutricionista. Estava com 80kg. Me dei mal na K42 Bombinhas, pois por causa da dieta não tive força pra completar e saí da prova na metade. Porém o peso começou a baixar e o rendimento aumentar. Nesse mês fui aceito para correr a BR 135, ultra de 217km na Serra da Mantiqueira em Minas Gerais. Hora de começar a preparar pra ela.

Em setembro fiz minha primeira ultra no Brasil. 106km de Morretes a Guaraqueçaba. Corri muito bem, até parece que me preparei para a distância! (Eu não treinei nada pra isso.) 11º geral com 12h30min de prova. Uma semana depois fiz o Revezamento de São Chico com uma equipe 100%! Fomos muito bem! Além do esperado para alguém que uma semana antes tinha se quebrado em 106km.

Em outubro fiz uma loucura de correr a Half Mision. 80km na Serra Fina em MG. Concluído bem e com sucesso! E os treinos continuavam, daquele jeito, mas tava indo!

Em novembro lesionei a musculatura posterior da coxa treinando tiros. Essa lesão é por burrice minha. Meu alongamento é péssimo e minha força não é lá essas coisas. Como profissional da área, eu tinha que ter cuidado em relação a isso. Não cuidei, lesionei e o objetivo da Br 135 se comprometeu.

Em dezembro tudo mudou. Fiz o Santa Mônica Trail Run, 15km e fui muito bem, além do esperado. Uma semana depois tinha a Ultra 12h e lá me dei mal. Corri 3 horas  e desisti. Achei chato e não sabia o que tava ali fazendo. Refleti muito e vi que nada daquilo tinha sentido. Desisti. Desisti da BR 135. Desisti de muita coisa que me fazia sofrer. Continuei a treinar. Lesionei de novo. Parei e estou sem fazer nada até hoje.

O que aprendi com tudo isso: Se prepare pra tudo, se não tudo dá errado. Me dei mal nas corridas e na faculdade. No trabalho me empenhei e deu tudo certo! Também ganhei a grande chance de estudar nos EUA em 2014 e 2015 patrocinado pelo governo federal. Porém falta a confirmação de onde vou ficar nos EUA, então não tem nada certo ainda. Foi um anos com seus prós e contras, mas eu podia evitar muitos contras. Aprendi que tenho que mudar. Me preparar pra tudo. Ser bom no que faço. Ser o exemplo! E é isso que vou fazer a partir de hoje. A mudança está anunciada. A luta é pelo melhor! #partiu2014

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Half Mision 80km. Uma das corridas mais duras que já vi na vida!!!

Dia 12 de outubro de 2013! Esse dia ficará na memória! Feriado, dia das crianças. Dia das crianças se divertirem nas montanhas da Serra Fina em Minas Gerais. 11 horas da manhã foi dada a largada para 130 guerreiros que teriam pela frente os 80km mais difíceis de suas vidas! E lá estava eu!

Largada Half Mision Brasil
Os 30 primeiros kms foram só subir, onde chegamos ao ponto mais alto da prova com 2800m de altitude. Estavámos na quarta montanha mais alta do Brasil, a Pedra da Mina! A descida foi difícil até o Paiolinho e de lá mais 15km descendo até o Ibama, aonde começaríamos a subir de novo.

Km 50. Começava a subida da montanha Tijuco Preto, a última montanha com 2300m de altitude. O pior trecho da prova. Trilha até o cume recém aberta, muito acidentada. O cume nunca chegava. Depois a descida foi pior que a subida. Inclinação muito forte, muito perigoso. Porém, faltando uns 15km a descida facilitou e já era possível desenvolver bem até o fim da prova. 21h57min. Sim, demorei tudo isso pra fechar esses 80km. Talvez os mais difíceis da minha vida, mas com certeza os mais difíceis da vida de todos aqueles que fecharam a prova. Fui 39º geral e 4º na categoria. Um ótimo teste para a BR 135 em janeiro!

Travessia do Capim Amarelo até a Pedra da Mina. Início da prova.